Em uma viagem à Patagônia não há como não se impressionar ou empolgar com os glaciares. São gigantes e maravilhosos, e podem ser vistos frente a frente porpassarelas , por passeios de barco ou até mesmo andando sobre eles. E um dos passeios mais esperados por nós foi fazer o trekking sobre o glaciar Perito Moreno, o mais famoso da região. Há duas opções de trekking neste glaciar. O mini trekking é mais leve, com apenas 1 hora e meia de caminhada. Já o Big Ice é mais puxado, com duração de 3 horas. Nós optamos por fazer o mini trekking pois já era no final da viagem e queríamos apenas fazer passeios mais leves depois de tantas trilhas. 😀
O ônibus do passeio nos buscou no hotel e nos levou até o parque, nos deixando no Puerto Bajo de las Sombras, o mesmo que descemos no dia que fizemos o tour pelas passarelas do Perito Moreno. Antes, porém, teve uma parada na portaria do parque para comprar o ingresso de entrada e depois fizemos uma breve parada no mirante de onde se pode ver o glaciar pela primeira vez. Já tínhamos visto quando fizemos o tour, mas descemos novamente. Toda oportunidade de ver o Perito Moreno deve ser aproveitada, especialmente com o dia limpo. 😉
Do porto nós atravessamos de barco até um porto improvisado do outro lado do Brazo Rico, não longe da parte sul da geleira, onde acontece o trekking. A travessia não é longa (aproximadamente 20 minutos) e no nosso barco dava pra ir na área aberta. Nós acabamos ficando na área interna mesmo, já que estava cheio lá fora.
Assim que desembarcamos já avistamos os guias que dividiram os turistas em grupos: os que entendiam apenas inglês e outro com os que entendiam espanhol. Na margem sul do Brazo Rico, ao lado de onde o barco nos deixou, há uma construção de madeira que serve de base para as excursões. Há várias mesas, banheiros e um armário com vários lugares (sem portas) para colocar mochilas que não nos acompanham no trekking. Os guias recomendam que os caminhantes levem apenas câmeras e água, já que o trajeto é curto. O uso de luvas é obrigatório. Mas quem se esqueceu pode pegar emprestado as luvas que haviam num cesto por lá. Do ponto onde descemos do barco tivemos que caminhar um pouco até o glaciar. É uma caminhada rápida e tranquila, com o glaciar sempre a vista. Fomos acompanhando o guia, que às vezes parava para dar algumas explicações a respeito do parque e da geleira. E nós, obviamente, paramos várias vezes para tirar fotos. Não se pode perder um único ângulo desse modelo famoso. 🙂
Próximo ao glaciar existem umas cabanas de madeira onde os guias colocam os grampões nos nossos pés. Quando chegamos havia um grupo realizando o procedimento e nós tivemos que esperar um pouco até eles acabarem. Mas isso não foi um problema, já que aproveitamos para chegar perto do lago e do glaciar. E dá-lhe mais fotos!
Quando o grupo que estava se arrumando partiu nós nos aproximamos das cabanas para começar o nosso procedimento. Os grampões são uma estrutura de metal com pontas para facilitar e dar mais segurança à caminhada no gelo. Eles são fixados por cima do calçado, preferencialmente botas! Não parece complicado colocar os crampões mas deve ser feito por quem entende.
Depois de calçar todo o grupo, os guias nos deram explicações (muito importantes) de como andar com o equipamento. Nada muito complicado, mas deve-se prestar atenção para evitar acidentes. Algumas recomendações que eu me lembro:
- Inclinar o corpo nas subidas (pra frente) e descidas (pra trás) para se equilibrar e evitar a queda
- Não andar com os pés muito próximos um do outro para não embaraçar os pés e cair
- Levantar o pé mais alto ao caminhar para evitar torcidas
- Sempre manter distância do coleguinha mais próximo (a maioria não cumpriu isso)
- Andar em fila indiana
- Usar luvas sempre para proteger as mãos caso você caia no gelo
Durante a caminhada os guias paravam muitas vezes para explicar detalhes sobre o glaciar. Muitas informações nós já conhecíamos, mas nunca é demais ouvir as histórias. Vimos algumas vezes outros grupos por perto. É um passeio que realmente atrai muita gente.
Não precisa dizer o quanto é frio em cima do glaciar e é também muito claro. Eu não consegui ficar sem óculos escuros de tão claro que estava. Já as luvas, eu tirava apenas quando ia tirar fotos. Mas caminhando não é recomendado porque pode-se queimar a mão se ela entrar em contato com o gelo em caso de acidente.
Com tanta beleza eu nem vi o tempo passar. Caminhamos cerca de 1 hora e meia e pra mim foi muito rápido. Acho que poderia ter feito o Big Ice mas já foi muito legal a oportunidade de andar sobre a geleira e ver de perto aquele monte de tons de azul.
Ao final, uma parada para a tradicional confraternização com whisky (com gelo tirado do próprio glaciar) e alfajores. Nada mal pra fechar com chave de ouro o bonito passeio.
Após o drink nós saímos da geleira, passamos nas cabanas de madeira para deixar os grampões e seguimos para a casa de madeira onde deixamos as mochilas. Aproveitamos para comer o lanche que tínhamos levado e ir ao banheiro. Como ainda faltava um tempo até a hora do barco chegar nós sentamos nas pedras perto do porto para descansar e esquentar um pouco no sol. E tirar as últimas fotos daquele lado do glaciar.
Ainda estava incluído no passeio uma ida até as passarelas onde tivemos 1 hora para passear. A gente acha que 1 hora é muito pouco para ver o Perito Moreno das passarelas, já que tem muita passarela pra andar, mas qualquer minuto a mais já vale a pena. Para nós foi ainda mais interessante porque o tempo estava mais limpo do que na primeira vez (chegou até a chover e nevar). Assim temos diferentes fotos e lembranças. 🙂
Algumas dicas:
- Levar protetor solar
- Não há venda de comida e água, então deve-se comprar na cidade
- Levar óculos escuros pois é muito claro
- Levar luvas, gorro e roupas de frio em camadas
- Há um limite de idade para fazer o passeio. Os caminhantes devem ter entre 10 e 65 anos de idade
- Mulheres gestantes não podem fazer o passeio
Este passeio foi realizado com o apoio da Argentina4U.