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Durante a nossa viagem à Nova Zelândia escolhemos fazer a Routeburn Track para experimentar uma das Great Walks neozelandesas. Nesta trilha tivemos a companhia do Oscar, do blog Viajoteca e MauOscar. Já divulgamos uma visão geral sobre a Routeburn Track e as outras trilhas da Nova Zelândia, mas vamos detalhar como foi cada dia.
Nosso primeiro dia da Routeburn Track começou meio corrido porque incluía o deslocamento de Queenstown até o início da trilha no Routeburn Shelter. Marcamos nosso transfer para o primeiro horário possível (às 08:00 da manhã) e tivemos que terminar de arrumar as malas e tomar café antes de ir até o ponto de saída da Info & track. Chegamos na agência quase na hora de sair e logo eles nos indicaram onde estava a van que nos levaria. Colocamos nossas mochilas em uma carretinha e tomamos assento dentro da van, que não demorou a sair. O trajeto de ida é de cerca de 70 quilômetros e demorou quase duas horas, contando uma parada para café e banheiro em Glenorchy. Nós tínhamos comido sanduíches antes de sair de Queenstown e como não estávamos com fome acabamos aproveitando a oportunidade para algumas fotos. A estrada acompanha o Lago Wakatipu até a cidade de Glenorchy e as lindas paisagens que incluem também várias montanhas ajudaram o tempo a passar mais rápido.
Chegamos ao ponto de partida da Routeburn Track um pouco antes das 10 da manhã e tiramos nossas coisas da van. O Routeburn Shelter tem muitos painéis com várias informações sobre a trilha. Demos uma olhada rápida, arrumamos as coisas nas mochilas, tiramos fotos de alguns dados úteis e fomos ao banheiro (muito bom) antes de começar a caminhar exatamente as 10:05. Neste ponto, nós estamos no lado da trilha que fica no Mount Aspiring National Park, um dos parques mais bonitos e preservados da Nova Zelândia.
Nós começamos a caminhar sem pressa, já que a distância a ser percorrida era de apenas 8 quilômetros e nós tínhamos muito tempo com luz disponível. A estimativa era de 2,5 a 4 horas e mesmo que nós gastássemos as 4 horas nós ainda chegaríamos cedo no Routeburn Falls Hut, onde dormimos no primeiro dia. Então nós seguimos um ritmo tranquilo e parando sempre para tirar fotos. Seguimos mais devagar também porque no primeiro dia a trilha é praticamente de subida. Mas é leve na maior parte do tempo e fica mais forte apenas nos últimos 2 quilômetros. Após sair do abrigo, nós atravessamos uma ponte pênsil sobre rio Routeburn, com sua água de cor inacreditável, e começamos a subir no meio de uma floresta de Nothofagus. Além de ser uma linda paisagem, a sombra ainda nos aliviou o cansaço que poderia ser maior com o sol na cabeça. Na verdade, durante o percurso deste dia, a maior parte da trilha é no meio da floresta.
Após cruzar a ponte pênsil a trilha se distancia um pouco do rio para encontrá-lo novamente adiante. Neste trecho, além da floresta nós passamos por alguns riachos que descem da montanha, como o Sugarloaf Stream. Quando começamos a nos reaproximar do rio, nós queríamos muito chegar na margem para tirar algumas fotos, mas inicialmente estava difícil porque ele estava muito abaixo da trilha e descer não era seguro. Mas quando o caminho ficou quase no mesmo nível, nós descemos para tirar algumas fotos. A iluminação estava ruim porque o lugar era meio fechado e tinha muito contraste de luz direta e sombra, mas tiramos algumas fotos mesmo assim já que a cena estava.
Quando voltamos a caminhar, passamos por um banheiro de madeira que tinha até rolos de papel higiênico. O do abrigo no início da trilha também tinha, mas eu estou repetindo porque isso me deixou realmente impressionado (normalmente não encontramos essa infra-estrutura em banheiros nas trilhas). 🙂 Foi o único banheiro no caminho do primeiro dia.
Um pouco adiante, encontramos uma curva do rio onde se formava um maravilhoso poço. Da trilha mesmo nós tiramos várias fotos, mas queríamos chegar mais perto e encontramos um caminho até a margem. Como já era 12:30, nós decidimos que o almoço seria por ali mesmo. Encostamos as mochilas em uma árvore caída e tiramos os sanduíches que havíamos preparado antes de sair do hotel. Acho que eu nunca tive um almoço com uma vista tão bonita e quase exclusiva.
Mas o almoço mesmo foi rápido porque eu estava doido era para tirar umas fotos por lá. Coloquei a câmera no tripé e saí andando ao redor para encontrar algum ponto legal pra fotografar. Infelizmente a luz estava muito dura mas mesmo assim eu tirei várias fotos pra recordação, sem contar as imagens que nunca sairão da cabeça. Foi overdose de “caramba, olha a cor dessa água”.
Depois do almoço com direito a paisagem deslumbrante, nós voltamos para a trilha e logo em seguida fomos presenteados com bonitos campos de samambaia. Eram muitas e pareciam que foram plantadas no meio da floresta.
Um pouco antes do entroncamento para o Routeburn Flat Hut, havia uma saída da trilha para um campo aberto e nós resolvemos desviar um pouco para ter uma vista mais aberta das montanhas. Eu parei em um riacho com uma árvore caída que tinha achado fotogênico, enquanto o Oscar atravessou e seguiu em frente.
De repente, vi o Oscar gesticulando feito um louco para que eu fosse até onde ele estava e eu fui conferir o que tinha de tão bacana por lá. Era um poço do Routeburn River que nem consigo encontrar palavras pra descrever tamanha beleza (valeu, Oscar!). Então eu também passei a gesticular feito um louco para que a Lillian também fosse até lá para ver. Ficamos por lá mais alguns minutos tirando fotos e mais fotos sem que nenhuma outra alma viva aparecesse. Estávamos somente nós três no meio da preservadíssima e exuberante natureza do Mount Aspiring National Park.
Depois de voltar a caminhar, nós ainda encontramos outro poço maravilhoso e obviamente paramos para tirar mais fotos. Mais uma série de repetições de “olha a cor dessa água” e eu já comecei a acreditar que o Mount Aspiring National Park não queria que a gente chegasse de dia no refúgio.
Um pouco adiante, nós pegamos uma saída à esquerda onde começa uma subida de cerca de 2 quilômetros até o Routeburn Falls Hut. A continuação da trilha leva até o Routeburn Flat Hut e nós até poderíamos visitá-lo, mas queríamos chegar logo ao nosso refúgio. Neste ponto a subida fica mais forte e assim segue até o refúgio. Nós paramos algumas vezes para descansar e acabamos nem tirando tantas fotos. Apenas em alguns lugares onde a trilha não era embaixo de árvores nós tiramos algumas fotos do vale do rio e das montanhas. Foi até interessante para olhar o caminho que nós percorremos. Na foto abaixo (à direita) dá pra ver o Routeburn River. Nós subimos caminhando ao lado dele pelo vale.
Já perto das 17:00 nós chegamos ao refúgio e fomos escolher uma cama para dormir. Os quartos são dividos em pequenos espaços para 4 pessoas, com duas beliches em cada um. Não há lugar reservado. Quem chega primeiro escolhe um lugar e nós conseguimos ficar os três em um mesmo quarto, mesmo sendo uns dos últimos a chegar. Tiramos o que precisávamos das mochilas e fomos até a cozinha para preparar a comida. Na cozinha há fogareiros e gás disponível. Fervemos a água para preparar nossa comida lifiolizada, um tipo de refeição que nós adicionamos água por 10 minutos e já está pronto para comer. Prático e rápido!
Um pouco mais tarde, um Park Ranger foi até a cozinha para recolher os tickets da hospedagem e dar informações a respeito do parque e da trilha. Em seguida fomos dormir porque no dia seguinte tínhamos muito o que caminhar! Mas antes de entrar para o quarto nós paramos para ver a última luz do dia sumir entre as montanhas.
Eu escrevi um outro post com informações mais detalhadas da trilha e o que é necessário para fazê-la. Vale a pena conferir!
O Oscar, que nos acompanhou na trilha, escreveu na Viajoteca ótimos posts. Recomendamos a leitura.