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El Chaltén é conhecida como a capital argentina de trekking, pois oferece muitas opções de trilha dentro do Parque Nacional Los Glaciares e até em áreas privativas. Próximo a El Chaltén existe um empreendimento particular chamado Estancia Los Huemules (mais precisamente uns 17 km ao norte pela ruta provincial 23 em direção ao Lago del Desierto) que contém uma espécie de condomínio residencial e uma enorme área preservada, que corresponde a 95% da área da estancia. Nesta parte protegida, há florestas, rios, montanhas, lagoas e até glaciares, chegando a ter um pedaço dentro do campo de gelo sul da Patagônia.
Nós resolvemos ir até lá porque nos interessou uma trilha interna até a Laguna del Diablo. Vi algumas fotos de lá pela Internet e li o relato do blog Expedição Andando por Aí que achei muito legal.
Pará chegar até a entrada da estância nós contratamos um translado com a empresa Zona Austral que nos pegou às 9:50 no hotel, nos deixou às 10:50 na portaria e combinou de nos pegar de volta às 20:30. Quando chegamos nós fomos até o centro de visitantes, onde os guardas responsáveis nos deram as informações da trilha. Perguntei pela distância até a lagoa e me informaram um valor de 3 horas. Eu reforcei que queria mesmo era o valor da distância e me falaram que talvez fosse uns 6 quilômetros mas não sabiam. Parece pouca distância pela estimativa de tempo mas a trilha é apenas subida na ida até a lagoa, por isso espera-se um ritmo mais lento.
Começamos a caminhar um pouco depois de 11 da manhã seguindo as placas que já começavam no centro de visitantes. Gastamos uns 15 minutos até sair da parte residencial e entrar na trilha de verdade. Seguindo as placas não há dificuldade para encontrar o início da trilha.
A trilha é muito bonita e acompanha o Rio del Diablo em toda a extensão. Às vezes caminhamos ao lado dele, às vezes ele se afasta um pouco mas está sempre por perto. Seu barulho é uma ótima trilha sonora para nos acompanhar pela caminhada.
O percurso pode ser dividido em duas partes. A primeira, que pelo tempo que gastamos nós calculamos ser aproximadamente dois terços do total, é dentro de um lindo bosque e sobe o tempo todo (na ida, na volta desce). Apesar de não ser muito íngreme, na ida nós paramos algumas vezes neste trecho para descansar. A vantagem é que caminhamos o tempo todo na sombra e isso ajuda bastante.
A segunda parte, já mais perto da lagoa, é de vegetação mais aberta e praticamente plana. Quando chegamos lá o sol estava forte e o vento castigou bastante mas o piso mais regular nos permitiu andar mais rápido.
Tentamos caminhar fazendo o máximo de silêncio para tentar ver um dos huemules que habitam a reserva. Por lá também vivem patos de las torrentes e o carpentero patagonico, um pica-pau gigante. Não tivemos a sorte de ver nenhum deles, de vida selvagem mesmo encontramos apenas milhões de mosquitos no final. 🙂
Chegamos à lagoa as 13:50. Comemos nossos sanduíches, tiramos algumas fotos e ficamos por lá um tempo. Poderíamos ter ficado mais tempo mas o vento forte não nos permitia sequer ficar de pé.
Para proteger um pouco do vento e ter mais tranquilidade para tirar fotos nós descemos um pouco pelo rio e arrumamos um ponto interessante com boas opções de composição.
A volta foi muito mais tranquila, já que era só descida. Aproveitei para tentar tirar algumas fotos de longa exposição do rio, que é muito bonito.
Chegamos de volta à área residencial às 17:00 e como faltava um tempo para a estância fechar nós ainda fizemos uma rápida caminhada até a Laguna Azul, mas não conseguimos vê-la com seus famosos tons de cor porque o tempo começou a fechar. Mesmo assim, a vista da lagoa e das montanhas com neve no topo é muito bonita. No caminho para a lagoa há uma subida curta mas forte e há alguns bancos no caminho para descansar.
Voltamos à portaria e os guardas nos mostraram o centro de visitantes e gentilmente nos deixaram ficar por lá esperando até a hora do translado. Tem muita informação interessante da área da reserva, com vários mapas e dados da fauna e flora.
Ficar um tempo no centro de visitantes nos ajudou muito porque era aquecido lá dentro e seria muito chato esperar na portaria “curtindo” o frio patagônico até o transporte passar. Principalmente porque ainda tivemos um perrengue inesperado. Na hora combinada nós fomos para a portaria esperar a van mas ela não chegava. Fazia muito frio e começou uma chuva fraca mas chata. Quando já tinha se passado quase uma hora do horário combinado, nós desistimos de esperar e resolvemos caminhar até uma hosteria que fica a uns 5 quilômetros para tentar hospedagem ou pedir um táxi na cidade por telefone. Mas quando tínhamos caminhado uns 10 minutos nós encontramos uma van com o dono da empresa. Ele estava indo socorrer a outra van que iria nos pegar mas teve um problema na roda no caminho. O cara perguntou se nós queríamos ir com ele ou esperar por ele na volta. Como o carro tinha aquecedor, nossa decisão foi meio óbvia. Embarcamos com ele e após o conserto da outra van, retornamos para a cidade.
Já lá pelas 10 da noite nós chegamos na cidade e fomos jantar. Comi um belo bife de chorizzo de 500 gramas porque eu merecia depois do dia cansativo.
Algumas dicas práticas:
- Informações a respeito da Estancia Los Huemules podem ser encontradas em seu site oficial
- Eles cobram uma taxa para visitar a estancia mas eu não lembro quanto pagamos. Mas lembro que não achamos caro
- Há outras trilhas por lá além da Laguna del Diablo. Um mapa oficial com as outras opções também pode ser encontrado no site acima
- Recomendamos levar alimentação pois não há venda de comida na estância (pelo menos não tinha quando fomos)
- Há muitos pontos no Rio del Diablo e em vários riachos para pegar água. Nós levamos apenas comprimidos para purificar água (Clor-in) e abastecemos por lá mesmo
- A entrada fica na RP 23 a cerca de 17km ao norte de El Chaltén. A menos que você esteja de carro, é recomendado arrumar um traslado na cidade. Nós fechamos com a empresa Zona Austral, a mesma que faz tours para o Lago del Desierto
- Não há banheiro na trilha, apenas no centro de visitantes. Quando precisar fazer alguma coisa, recomenda-se afastar dos fluxos de água. E no caso de algo sólido deve-se enterrar (eu sempre torço pra não precisar fazer :P)
Outros posts de El Chaltén:
- El Chaltén – Trilha para Loma del Pliegue Tumbado
- El Chaltén – Trilha para Laguna de los Tres
- El Chaltén – Trilha para Chorrillo del Salto
- El Chaltén – Trilha para Laguna Torre
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Obrigada por nos citar no texto.
Sempre acompanho vocês e adoro suas fotos.
Bjs
Olá Carla, eu que agradeço pela inspiração. Realmente foi o primeiro lugar onde vimos referência desta trilha e por isso decidimos fazê-la.
Abraços,
Helder
Gostei muito das informações!
Obrigada!
Sarah
Por nada, Sarah, que bom que gostou!
Abraços,
Helder