Papel de Parede – Agosto/2016 »
O Parque Estadual do Rio Preto é uma unidade de preservação localizada no município de São Gonçalo do Rio Preto, na região de Diamantina, interior de Minas Gerais. Faz parte da Serra do Espinhaço, considerada a única cordilheira do Brasil, e que vai de Ouro Preto até a Chapada Diamantina, na Bahia. Tem área de mais de 12 mil hectares e abriga diversas nascentes importantes, como a do Rio Preto, que dá nome ao parque. Além disso, é muito importante também pela preservação da fauna e flora típicas do cerrado brasileiro. Visitamos o parque na ação Blogueiros por Minas, organizada pela Secretaria de Turismo do Estado de Minas Gerais, e adoramos. Escrevemos aqui, as dicas de como planejar sua viagem ao Parque Estadual do Rio Preto.
O que fazer no Parque Estadual do Rio Preto?
Belas trilhas conduzem o visitante a piscinas naturais para banho, cachoeiras e vários mirantes. No caminho, além das paisagens típicas da Serra do Espinhaço, é possível ter contato com diversos elementos da flora e fauna do parque. As opções são tantas que optamos por escrever um post separado descrevendo o que fazer no Parque Estadual do Rio Preto.
Quando ir
O Parque Estadual do Rio Preto está aberto o ano inteiro nos dias de terça a domingo, das 07:00 às 17:00 horas. E na minha opinião vale a pena visitá-lo em qualquer época do ano, desde que se tome cuidado nos períodos chuvosos.
O período de chuva normalmente ocorre entre dezembro e março. Eu disse normalmente porque variações climáticas acontecem e pode ser que em outros meses também tenham maior quantidade de chuva. O mais importante é tomar cuidado se for visitar quando estiver chovendo. O caminho de São Gonçalo do Rio Preto até a portaria do parque é de terra, assim como o percurso dentro do parque. Em épocas de chuva deve-se também prestar atenção no aumento do nível de água nos rios e córregos, quando podem acontecer as famosas trombas d’água. Acredito que o período após a temporada de chuvas é o mais interessante para quem quer ver as cachoeiras, já que o nível de água nos rios e córregos estará mais alto.
Em épocas de seca também vale a pena visitar o parque porque mesmo com um volume de água menor ainda há a possibilidade de tomar banho no Rio Preto e no Córrego das Éguas. As montanhas, os afloramentos rochosos da Serra do Espinhaço, a vegetação típica do cerrado e as pinturas rupestres também fazem com que o visitante possa aproveitar bem a visita em qualquer época do ano.
Como chegar
O parque fica no município mineiro de São Gonçalo do Rio Preto. Da cidade até a portaria são 15 quilômetros e de lá mais 5 quilômetros até a área onde fica o centro de visitantes, alojamentos, restaurante e área de camping. Não se engane com a distância porque o percurso deve ser feito bem devagar por questões de segurança (a velocidade máxima permitida dentro do parque é 30 km/h), especialmente dentro da área do parque. Nossa van normalmente demorava 1 hora para percorrer estes 20 quilômetros. A estrada é muito bem sinalizada desde a saída da cidade. Para quem não vai de carro é possível ir de transporte público (ônibus) até São Gonçalo do Rio Preto. De lá até o parque a única opção nesse caso é ir de táxi.
A cidade de São Gonçalo do Rio Preto fica a 70 quilômetros de Diamantina, uma linda cidade mineira que tem uma enorme patrimônio histórico. Para quem sai de Belo Horizonte de carro (340 quilômetros até São Gonçalo) uma forma interessante de chegar a Diamantina é sair pela BR-040 no sentido de Brasília e após o Posto Trevão (cerca de 20 quilômetros após Paraopeba) entrar à direita na BR-135 no sentido de Curvelo. Em Curvelo pegar a BR-259 em direção a Diamantina e de lá seguir pela BR-367 até Couto de Magalhães. Pouco depois de passar por esta última, deve-se virar à direita na MG-214 e acabar de chegar até a São Gonçalo do Rio Preto. Todo este trajeto é em estrada asfaltada. No caminho de São Gonçalo para o parque há diversas placas divertidas, que são uma atração a parte. As mensagens das placas são “educativas” e é claro que nós paramos para tirar foto de algumas. Guarde um tempo para apreciá-las.
Onde dormir
O visitante tem a opção de dormir na cidade de São Gonçalo do Rio Preto ou dentro do parque, onde é possível acampar ou ficar nos alojamentos. Nós ficamos hospedados por poucas noites na pousada Canto das Águas, que fica em uma antiga fazenda perto da cidade (entre 1 e 2 quilômetros de distância). A pousada fica em um antigo casarão e é muito aconchegante. A proprietária Dona Dora sempre nos deu muito atenção e nós gostamos muito do atendimento. O único problema (assim como se for ficar hospedado na própria cidade) é a distância do parque. Nós gastávamos todo dia cerca de 1 hora para fazer o trajeto de ida e mais 1 hora para a volta. Este é um dos motivos pelos quais nós recomendamos ficar hospedado dentro do parque. Como eu já disse, dentro do parque há as opções de alojamentos e área de camping. Os alojamentos são 12 no total, com capacidade para 2 a 5 pessoas em cada. Tem camas, banheiro e até frigobar. Os hóspedes podem levar roupa de cama ou alugar no local. Não tivemos a oportunidade de ficar nos alojamentos, mas os visitamos para conhecer e gostamos da estrutura. A Camila Navarro, do blog Viaggiando, ficou hospedada em um deles e gostou muito. Na época em que nós fomos (Maio/2016) os preços variavam de R$60,00 a R$100,oo, dependendo da quantidade de pessoas.
A área de camping tem capacidade para até 25 barracas e tem a sua disponibilidade quiosques, banheiros, churrasqueiras, vestiários, lugar para lavar vasilhas e fonte de água potável. É aberto de terça a domingo, mas se o visitante já estiver no parque ele pode permanecer na segunda também. Nós visitamos também a área de camping e ficamos impressionados com a estrutura. Na época em que fomos (Maio/2016) o camping custava R$15,00 por pessoa.
Onde comer?
O restaurante do parque funciona de quinta a domingo e tem café da manhã, almoço e jantar. Nas férias (Janeiro e Julho) e em feriados o restaurante funciona também de terça a domingo. Nós experimentamos por três dias seguidos e gostamos muito da comida. É uma boa opção tanto para quem passa o dia no parque como para quem opta por dormir lá dentro. Quem fica no alojamento pode também fazer uso do frigobar que é disponibilizado nos quartos.
O serviço custava R$17,50 (almoço e jantar) e R$12,50 o café da manhã na época da nossa visita. Recomenda-se encomendar as refeições com antecedência no próprio restaurante.
Precisa contratar guia?
Algumas trilhas precisam de guia ou condutor do próprio parque pois passam por lugares mais sensíveis ou que podem colocar o visitante em risco. A Trilha das Cachoeiras e a Trilha das Corredeiras são exemplos de trilhas que precisam de guia. No post o que fazer no Parque Estadual do Rio Preto nós explicamos os horários de saída para elas com os próprios condutores do parque. Nada como alguém do lugar para te dar segurança e explicar questões relacionadas a fauna e flora. Os condutores do parque tem horários para sair e não é necessário pagar nada a parte pelos serviços. Nas duas fotos a seguir mostramos dois trechos da Trilha das Cachoeiras em trechos ao lado do Córrego das Éguas em pontos onde não há marcação alguma do caminho. Um condutor local guiará os visitantes pelos lugares mais seguros.
Algumas atrações podem ser visitadas por conta própria mas vale lembrar que o respeito e a preocupação com a preservação não podem ser esquecidos nunca.
Estrutura do parque
A estrutura do parque é muito boa, impressionou a todos que estavam conosco. Lembra a estrutura dos parques de primeiro mundo.
- Portaria principal: Ponto de acesso obrigatório ao parque, onde o visitante deve se identificar a um funcionário
- Centro de visitantes: Tem banheiro, auditório para palestras e área para exposições
- Alojamento e área de camping
- Restaurante
- Banheiro no caminho da Trilha das Cachoeiras e das Corredeiras
- Wi-Fi gratuito na portaria, restaurante, alojamentos e centro de visitantes. Os Nerds agradecem!
Na trilhas também notamos a preocupação com a segurança e informação dos visitantes. Placas com indicação de direção estão sempre presentes e outras acessórios ajudam a tornar a nosso passeio um mais seguro.
O que levar?
A lista abaixo de itens a levar é apenas uma sugestão pessoal mas tem as coisas que consideramos importantes.
- Roupas leves apropriadas para caminhadas
- Bota para caminhadas
- Traje de banho
- Blusa de frio, dependendo da época do ano. No inverno é muito frio!
- Capa de chuva, se tiver chance de chover
- Mochila de ataque para caminhadas
- Protetor solar/repelente
- Chapéu para proteger do sol
- Óculos escuros
- Disposição, respeito e muita vontade de curtir a natureza 😉
Informações Gerais
- O parque funciona de terça a domingo, das 7h às 17h. Em período de férias (Janeiro e Julho) e feriados permanece aberto nas segundas também. Esta regra vale também para alojamentos, camping e restaurante
- Reservas no alojamento e área de camping devem ser feitas diretamente com o Tonhão, gerente do parque, no email antonio.almeida@meioambiente.gov.br
- Alojamentos, restaurante e área de camping ficam todos próximos ao centro de visitantes. O deslocamento entre eles pode ser feito a pé tranquilamente
- Há cobrança de entrada na portaria do parque. Na época que fomos (Maio/2016) este valor era R$7,00
- Ao sair para as caminhadas, consulte os guias do parque sobre a presença de fonte de água potável no percurso. Manter-se hidratado é importante
- Recomenda-se evitar fumar, principalmente por causa do risco de incêndios
- Na área do centro de visitantes e restaurante há locais apropriados para coleta de lixo orgânico e reciclável. Todo o lixo gerado durante a trilha deve ser carregado de volta para depósito em local apropriado
- Não leve nada do parque. Flores, pedras, por exemplo, devem ser deixados onde estão
- Não é permitido levar animal de estimação
- É proibido caçar e pescar
- É proibido também alimentar os animais pois eles precisam buscar seu próprio alimento
- Dentro do parque não há serviço de telefonia fixa ou móvel. Dizem que em alguns pontos específicos tem sinal da Vivo mas nós não conseguimos em lugar nenhum
- Tem wifi no centro de visitantes, restaurante e alojamentos
- Todos os visitantes devem assistir uma palestra no centro de visitantes para entender os procedimentos da visita
Outros posts relacionados ao Parque Estadual do Rio Preto:
O Daniel Thompson, do Blog Mochileiro das Maravilhas, também escreveu um post sobre o Parque Estadual do Rio Preto.
Agradecemos o apoio da Secretaria de Turismo, IEF (Parque Estadual do Rio Preto e Parque Estadual do Biribiri) e Circuito dos Diamantes.
olá ,gostei do seu blog, muito explicativo …estou indo ao parque, este fim de semana dia 9 – 10 -2016
Olá Sandro, tudo bem?
Como foi a visita ao P.E. do Rio Preto? Esperamos que tenha gostado.
Abraços,
Helder
Olá,
Agradeço ao(s) autor(es) por esta postagem. Gostei muito do texto e das imagens. No entanto, fiquei com dúvida com relação à quantidade de diárias — ou pernoites — suficiente para aproveitar todas as opções do parque. Gostaria de saber ainda se há guias no parque para contratar imediatamente; se não, como proceder?
E por curiosidade, há mais parques ou regiões com cachoeiras nas proximidades? Moro muito longe. Logo, gostaria de emendar mais passeios num tipo de mochilão nesta região de MG.
Obrigado pela atenção, Abraços!
Olá Marcos, tudo bem?
Que bom que gostou do blog, ficamos contentes por poder ajudar. Sobre as diárias, eu recomendo no mínimo dois dias completos. Um para fazer a Trilha das Cachoeiras (em minha opinião o melhor passeio de lá) e outro para fazer a Trilha do Cerrado ou a das Corredeiras, aí depende do seu ânimo.
Em relação aos guias, há os do próprio parque. Não sei se você pode chegar lá e contratar algum, acho que não. Há 1 saída diária para a Trilha das Corredeiras e (às 10:00 hs) e três saídas diárias para a Trilha das Cachoeiras (09:00, 10:00 e 11:00 hs) com os guias do próprio parque. Para as outras trilhas não há necessidade de guia.
Na região há outros dois parques com cachoeiras, o Parque Estadual do Biribiri e o Parque Estadual do Itambé. Um pouco mais longe tem Milho Verde, um distrito cheio de cachoeiras pertencente ao município do Serro. E um pouco mais longe ainda tem a Cachoeira do Tabuleiro.
Abraços,
Helder
Boa noite!gostaria de saber se recebem crianças e se alugam ou pode levar bike…
desde ja agradeço …pretendo conhecer feriado 7 setembro.
Olá Kilchem, tudo bem?
Puxa, me desculpe, eu estava de férias e não pude responder seu comentário antes, agora já passou. Você visitou o parque? O que achou?
Abraços,
Helder
Olá, gostaria de saber se é permitido entrar de bicicletas para percorrer os trechos de trilha.
Olá Renato, tudo bem?
Eu acho que nas trilhas não é permitido andar de bike, apenas na estrada. Para ter certeza eu sugiro que você envie um email com esta dúvida para o Tonhão, gerente do parque, cujo endereço está nas informações gerais acima.
Abraços e faça um ótima visita ao PERP!
Helder
Muito bom seus comentários sobre o parque. Estive lá em janeiro de 2017 e pretendo voltar em janeiro de 2018.
Só não gostei muito foi do restaurante, preço muito alto por comida bem simples principalmente café da manhã, muito fraco, ainda mais para quem precisa se alimentar bem para fazer a trilha. E não levamos praticamente nada. Próximo ano vamos nos prevenir e levar.
Mas as belezas naturais alimentaram a alma. Muito bom mesmo.
Olá Fátima, tudo bem?
O parque é realmente lindo, que pena que você não ficou satisfeita com o custo benefício do restaurante. Uma opção é ficar no alojamento e usar o frigobar que tem nos quartos, pode ser uma opção para quando quiser voltar.
Abraços,
Helder
Muito legal sua página. E sobre a travessia Milho Verde – Parque do Rio Preto, o que vc pode me dizer? Estou querendo fazê-la em setembro.
Olá Adriano, tudo bem?
Rapaz, eu tenho muita vontade de fazer mas infelizmente eu não tenho muita informação a respeito desta trilha. Sei que a maioria das pessoas faz em três dias mas nunca cheguei a pesquisar a fundo.
Lamento não poder ajudar.
Abraços,
Helder